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Resenha: O Livro do Cemitério – Neil Gaiman




Enquanto seus pais e irmã são impiedosamente assassinados por um misterioso homem chamado Jack, um bebê consegue escapar de seu berço e se aventurar pelo mundo. Uma série de coincidências, aliada a uma grande dose de sorte, salva o pequeno de ter um destino tão trágico quanto o de sua família. Este é o cartão de visitas de O Livro do Cemitério, mais nova obra do cultuado britânico Neil Gaiman. Ganhador da medalha John Newberry, a mais prestigiada premiação da literatura infanto-juvenil norte-americana, o livro permaneceu na lista dos mais vendidos do The New York Times por mais de 50 semanas e chega agora às livrarias do país. Com um começo sombrio e violento, diferente do seu habitual, o escritor inglês provoca arrepios no leitor. A história do bebê sortudo e fujão começa quando ele chega à rua e sobe a colina em direção ao velho cemitério. Ele é perseguido pelo assassino de seus familiares, o homem chamado Jack. Já dentro do cemitério o neném conhece os habitantes do local. Fantasmas de outras épocas que vivem em suas covas e mausoléus e que por circunstâncias do destino são forçados a adotar e batizar o bebê, agora chamado de Ninguém Owens, o Nin, para salvá-lo do seu perseguidor. Com ternura e talento, Gaiman narra as aventuras de Ninguém pelos caminhos do cemitério. Entre lápides e covas, junto a velhos fantasmas, almas penadas e até mesmo uma feiticeira enforcada, o leitor acompanha o crescimento de Nin, desde um pequeno bebê, até um jovem adolescente. Mas mesmo depois de todo este tempo a sombra do seu perseguidor ainda paira sobre o jovem. E o destino caminha para um embate final entre os dois, quando Ninguém descobre muito mais do que esperava sobre o mundo e as pessoas.  Assim como fez em Coraline e Os Lobos dentro das Paredes, Neil Gaiman cria um mundo fantástico e fascinante, desta vez dentro de um pequeno cemitério. Ninguém e seus companheiros de cemitério são personagens adoráveis e mesmo os mortos são cheios de vida e alegria como raramente se acha em outros livros. Mais uma vez com o acompanhamento de luxo das belas (e sombrias) ilustrações de seu velho colaborador Dave Mckean, Gaiman apresenta um livro estupendo. E fica claro porque é um dos mais badalados escritores da atualidade. Com toda justiça.


 Acredito que Neil Gaiman dispensa apresentações, creio eu. Então vamos logo ao livro, que eu digo logo que se tornou um dos meus favoritos da vida!

Este livro conta a história de Ninguém Owens, um pequeno órfão que conseguiu fugir do massacre de seus pais e irmão. Ele acabou indo ao cemitério e quando o assassino vai atrás para terminar seu trabalho, a Sra. Owens o protege. Contudo a Sra. Owens faz parte do povo do cemitério, ou seja, é um dos espíritos que habitam o cemitério.

Normalmente o povo do cemitério não permite que os vivos os vejam ou façam parte de suas mortes, mas depois de uma deliberação entre os principais habitantes ficou decidido que os Owens seriam os responsáveis pela criança.

Contudo ainda havia a questão de o que a criança comeria e vestiria durante seu crescimento, então surge Silas, um personagem bastante interessante que não está nem vivo nem morto e pode perambular por ambos os mundos e que se prontificou a ser o guardião do pequeno Nin até que o mesmo pudesse ser independente de sua ajuda e a criança recebeu a Liberdade do Cemitério.

A partir de então o pequeno Nin passa a viver e conviver com personalidades das mais diversas e se acostumou com suas peculiaridades. Para ele os mortos são sua família e nos vivos é que existe o perigo.

Cada acontecimento desse livro é cheio de encanto e surpresa, por isso não falarei mais sobre eles, só posso afirmar é que cada página lida me encantava mais e mais.

É interessante como Gaiman conseguiu nesse livro uma narrativa tão hábil e encantadora. Mesmo nos momentos mais tensos o livro conseguiu se manter encantador. Amei a inclusão de criaturas e elementos do folclore inglês como os ghouls e seus portais e os sabujos de Deus, por exemplo, além da dança macabra que foi maravilhosamente representada!!!!!

Apesar de se passar em um cemitério e ter um enredo meio mórbido, Neil Gaiman conseguiu dar uma leveza à história e escrever tudo de forma tão interessante que é impossível não se encantar com tudo e acabar se divertindo, se assustando, se zangando ou se emocionando com esse livro.

E para melhorar nossa relação com essa obra prima ainda temos as ilustrações de Dave McKean que são um show a parte! E como li parte dele em inglês (mas parei porque infelizmente não tenho a competência necessária para ler em outros idiomas), sei que a tradução da Ryta Vinagre está maravilhosa!

Posso pensar em vários adjetivos para esse livro, além dos que já citei, mas a única coisa que ainda preciso afirmar é que todos merecem ler esse livro!!!