Morte no Buraco Negro e Outros Dilemas Cósmicos
Neil de Grasse Tyson é um dos mais populares e queridos cientistas de todo o mundo porque sabe guiar seus fãs através dos mistérios do universo com clareza e entusiasmo. Reunindo mais de quarenta dos seus ensaios favoritos, Buraco Negro explora uma miríade de tópicos da astronomia. Desde a vida astral nas fronteiras da astrobiologia até como seria estar dentro de um buraco negro – literalmente! Passeando pelos mais diversos temas, Tyson mostra como a indústria cinematográfica retrata a vida extraterrestre ao mesmo tempo que examina a relação entre ciência e religião no contexto de conflitos históricos. Ele também narra a história da progressão do planeta Terra, desde a sua localização no centro do universo até o estado atual: um pequeno e insignificante grão de pó no cosmos. Seus programas na TV e na internet e seus livros fazem muito sucesso porque o mais famoso astrofísico da atualidade é um professor nato que simplifica as complexidades da astrofísica ao partilhar uma visão contagiante pelo universo.
Quando se fala em cosmos sempre me vem a
mente o nome do Tyson, afinal ele é um dos discípulos mais aplicados do Sagan e
comenda um programa que explica de forma acessível e maravilhosa os segredos
conhecidos até hoje do que nos rodeia dentro e fora do planeta Terra.
Nesse livro foram organizados vários artigos
publicados pelo Tyson durante os anos de 1995 até 2005. O livro foi dividido em
sete seções, A Natureza do Conhecimento, O Conhecimento da Natureza, Maneiras e
Meios da Natureza, O Significado da Vida, Quando o Universo se Torna Vilão, Ciência
e Cultura e Ciência e Deus, além de contar com um prefácio, um prólogo,
referências e índices!!!
As seções são divididas em capítulos em que
mesmo sendo cada um terminativo por si só, Tyson organizou seus ensaios de
forma que o próximo sempre acrescenta algo ao anterior.
Amei a forma como ele escreve, conseguindo
ser muito envolvente e interessante de tal forma que passava horas mergulhada
em termos científicos desconhecidos, porque mesmo sendo meu primeiro contato
com certos termos, ele desenvolve tão bem seus ensaios que mesmo a pessoa mais
leiga no assunto consegue acompanhar.
Foi muito interessante como em diversos
momentos fiquei embasbacada com os conhecimentos expostos e como em outros caía
na risada pela forma como ele colocava esses conhecimentos em aplicações e
situações cotidianas na Terra.
E compreendi o porquê Tyson se tornou esse
ícone atual para o entendimento de como o cosmo pode funcionar. Eu amo o estudo
da física, matemática e química, então foi um deleite ler esse livro e cada
seção me encantou bastante. Mas preciso dizer que a seção 5 (Quando o Universo
se Torna Vilão – Todas as maneiras pelas quais o cosmos quer nos matar) foi a
que mais gostei!
A edição está linda, a Planeta está de
parabéns. A folha amarelada e a diagramação do texto perfeitas para uma leitura
prazerosa e nada cansativa.
Recomendo demais esse livro para quem tem
curiosidade sobre o que é e o que sabemos até agora sobre o universo.
“Quais são as chances de que essa primeira e
única espécie inteligente na história da vida sobre a Terra tenha suficiente
capacidade para decifrar completamente como o universo funciona?” p. 17.
“Quais são as lições a serem aprendidas com
essa viagem mental? Que os humanos são os mestres emocionalmente frágeis,
perenemente bobos, irremediavelmente ignorantes de um ponto insignificantemente
pequeno no cosmos.” p. 50.
“...se um alienígena pairar sobre o gramado
na frente de sua casa e estender um apêndice como um gesto de cumprimento,
atire nele sua bola oito antes de se tornar amistoso demais. Se o apêndice
explodir, o alienígena era provavelmente feito de antimatéria. Se não, você
pode prosseguir e conduzi-lo até seu líder.” p. 118.
“Incluindo a estação especial e o
Super-Homem, poucas coisas na vida viajam mais rápido do que uma bala. Mas nada
se move mais rápido que a velocidade da luz no vácuo. Nada.” p. 130.
“...se você juntasse a luz visível de todos
os objetos emissores de luz no universo, que cor obteria? Em termos mais
simples: qual é a cor do universo? Felizmente, algumas pessoas sem nada melhor
para fazer calcularam a resposta dessa questão... e determinaram que o universo
é realmente um matiz claro de bege, ou talvez, um café com leite cósmico.” p.
184.
“Dada essa diversidade da vida sobre a Terra,
seria de esperar uma diversidade de vida entre os alienígenas de Hollywood. Mas
fico sempre espantado com a falta de criatividade da indústria cinematográfica.
Com algumas notáveis exceções, como os alienígenas de A bolha assassina (1958), 2001:
Uma odisseia no espaço (1968) e Contato
(1997), os alienígenas de Hollywood parecem extraordinariamente humanoides.” p.
256.
“Sem dúvida, a maneira mais espetacular de
morrer no espaço é cair dentro de um buraco negro. Onde mais no universo alguém
pode perder a vida sendo despedaçado átomo por átomo?” p. 317.
“Seria de pensar que, em nossa cultura
moderna e esclarecida, o conhecimento popular estaria imune a falsidades que
fossem facilmente testáveis. Não está!” p. 329.