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Resenha: A Torre Negra - C. S. Lewis




Continuação memorável das fantasias de C. S. Lewis, estas seis histórias revelam mais uma vez o poder e a visão deste importante contador de histórias, um dos nomes centrais da literatura de fantasia universal. A Torre Negra é um esboço de um quarto volume que daria continuidade à aclamada série de ficção científica de Lewis conhecida como Trilogia cósmica. Uma história cativante que continua as aventuras de personagens como Dr. Elwin Ransom e MacPhee. Na trama, cinco homens se reúnem no escritório de Orfeu, na Universidade de Cambridge, para testemunhar a violação do espaço-tempo por meio do cronoscópio, um telescópio que não olha apenas para um outro mundo, mas para outras dimensões. Ao longo das narrativas, seus personagens travam debates brilhantes sobre a matéria, no tempo e no espaço. Para os fãs de Crônicas de Nárnia e da Trilogia cósmica, este é um livro imprescindível.


Quem gosta de ficção fantástica com certeza conhece o nome de C. S. Lewis mesmo que nunca tenha lido nada dele. Ele escreveu a Trilogia Cósmica que trata sobre viagens interplanetárias com uma abordagem bastante plausível e, o que eu adoro, com um tremendo respeito às leis que governam a física.

A Trilogia Cósmica é composta pelos seguintes livros: Além do Planeta Silencioso, Perelandra e Uma Força Medonha. O personagem principal dessa trilogia é o filólogo Elwin Ransom que foi levado a outros mundos de uma forma não muito tranquila e isso o marca profundamente.

O mesmo Elwin Ransom retorna em A Torre Negra, uma história que supõe-se que seja parte da Trilogia Cósmica. Aqui quem narra é seu amigo, C. S. Lewis (sim, ele é um dos personagens além do narrador da história). No final do primeiro volume da Trilogia Cósmica, Ransom afirma a Lewis que não haveria como fazer viagens pelo espaço sem que essas envolvam o tempo. E essa é a premissa principal em A Torre Negra.

O livro é composto por 6 histórias, a primeira que dá nome ao livro é a maior e eu considero uma novela, A Torre Negra; que está incompleta infelizmente. Antes de entrarmos na história realmente, temos um prefácio de Walter Hooper, que era secretário do Lewis, e foi o responsável pela publicação desta obra, então ele explica como encontrou os papéis e o que o motivou a publicar mesmo estando incompleto.

As outras histórias são contos e alguns bem pequenos, são O Homem que Nasceu Cego, As Terras Fajutas, Anjos Administradores, As Formas das Coisas Desconhecidas e Depois de dez Anos. Em seguida vem duas notas sobre a última história, uma de Roger Lancelyn Green e outra de Alastair Fowler que foram pessoas com quem Lewis conversou sobre essa obra.

Em A Torre Negra a história é contada por Lewis, que está no escritório de Orfeu, junto com MacPhee, Ransom e Scudamour e diz respeito à utilização de um cronoscópio, que é um equipamento capaz de mostrar um período de tempo diferente do atual. Eles chamaram esse outro período de Outrotempo e nesse tempo havia uma estrutura que dominava a visão, uma torre que eles denominaram de Torre Negra.

Com o passar do tempo começaram a perceber certas semelhanças entre o mundo em que viviam e o mundo que observavam pelo cronoscópio e por uma certa circunstância, um deles é enviado para o Outrotempo. Não posso falar mais, já que é uma história curta, mas a narrativa é excelente e mesmo estando incompleto é uma excelente leitura. No final possui uma nota do Walter Hooper sobre as buscas por mais páginas dessa história.

A segunda história, o conto O Homem que Nasceu Cego, trata de Robin que acabou de fazer uma cirurgia para poder enxergar e quer muito compreender o que é a luz e conseguir alcança-la.

A terceira, As Terras Fajutas, é a história em que alguém se vê em um ambiente onde quase tudo parece uma versão fajuta do que realmente é. O final é muito bom e me deixou bastante reflexiva.

A próxima é Anjos Ministradores que fala sobre um grupo de homens explorando Marte quando chega uma nova nave trazendo mulheres que devem servir para amenizar o estresse psicológico dos cientistas, mas acaba bem diferente. Esse conto me fez rir bastante.

Depois vem As Formas das Coisas Desconhecidas diz respeito à viagem de um jovem que se voluntariou para ir até a Lua saber o que aconteceu às expedições anteriores, que assim que chegaram só conseguiram mandar mensagens sobre a aterrissagem e os aspectos da Lua antes de serem interrompidos por algo ou alguém. Aqui ocorre uma deliciosa mistura de ficção científica com mitologia clássica.

Por fim temos Depois de Dez Anos que mostra a conquista de Tróia pelos gregos e espartanos pela visão do Lewis, de uma forma bem surpreendente. Gostei bastante de como ele escreveu as sensações e acontecimentos, parecia até que estava participando de tudo enquanto lia. As notas finais dão um melhor entendimento sobre o que Lewis estava planejando com esse fragmento e eu adoraria ter podido ler o romance que sairia daí.

Enfim, recomendo bastante esse livro a quem conhece e gosta da escrita do Lewis, a quem queira se divertir com o estilo próprio de escrita do autor e para quem gosta de um bom livro.