Resenha: O Último Passageiro – Manel Loureiro

Autor: Manel Loureiro Doval
ISBN-13: 9788542202601
ISBN-10: 8542202600
Ano: 2014 / Páginas: 384
Idioma: português
Editora: Planeta do Brasil
Sinopse: Agosto
de 1939. Um enorme transatlântico chamado Valkirie aparece vazio e à deriva no
Oceano Atlântico. Um velho navio cargueiro o encontra e decide rebocá-lo até o
porto, mas não sem antes descobrir que nele há um bebê de poucos meses... e
algo mais que ninguém é capaz de identificar. Por volta de setenta anos depois,
um estranho homem de negócios decide restaurar o misterioso transatlântico e
repetir, passo a passo, a última viagem do Valkirie. A bordo, presa em uma
realidade angustiante, a jornalista Kate Kilroy busca uma boa história para
contar. Mas acabará descobrindo que somente sua inteligência e sua capacidade
de amar podem evitar que o transatlântico pague novamente um preço sinistro
durante o percurso. Inquietante. Enigmático. Viciante. Bem-vindo ao Valkirie.
Você não poderá desembarcar… mesmo se quiser.
Já conhecia o autor pela trilogia Apocalipse
Z, que é simplesmente incrível e o consagrou como um dos principais autores de
língua espanhola. Então estava com altas expectativas com esse novo livro e
posso dizer que não me decepcionei.
O livro inicia-se em agosto de 1939, ou seja,
às vésperas do início da Segunda Guerra Mundial quando um navio cargueiro
encontra o transatlântico Valkirie à deriva em meio a um nevoeiro. Os
tripulantes do cargueiro decidem verificar o navio e, depois de uns momentos a
bordo eles percebem que existe algo bem misterioso e acabam encontrando um bebê
de poucos meses a bordo. Eles resgatam o bebê e rebocam o transatlântico.
Passam-se mais de setenta anos e entra em
cena Kate Kilroy, uma jornalista iniciante e que há pouco perdeu seu noivo,
também jornalista, e a ela é solicitado que continue uma matéria iniciada por
seu noivo, sobre um empresário milionário. Então ela descobre que esse homem
está disposto a gastar tudo o que tem para restaurar o Valkirie e refazer sua
última viagem, no ano de 1939.
Kate é convidada a embarcar no navio e fazer
uma matéria sobre a viagem. O que ela não imaginava era que estaria embarcando
numa viagem repleta de perigos e que mistérios do passado podem estar vindo à
tona.
Nessa obra que mistura ação, mistério,
suspense, doses de terror e um quê de sobrenatural, Manel Loureiro conseguiu, de
forma muito bem estruturada, já nas primeiras páginas tirar o fôlego do leitor
e aguçar sua imaginação para o que há de vir no decorrer da narrativa.
Um ponto que achei fraco foi a pouca
profundidade dos personagens criados, nem a Kate que está em quase todos os
momentos possui características que a tornam A personagem. Em compensação o
transatlântico Valkirie é digno de nota, pois consegue tomar conta de tudo de
uma forma espetacular. Gostei bastante de vários momentos em que o navio tinha
o total controle da situação.
A história é surpreendente e me deixou
estupefata em vários momentos, porém o autor não se preocupou em explicar todas
as situações e terminei o livro com uma leve sensação de que faltava algo, mas
nada que atrapalhe a compreensão da história.
A forma de escrever do Loureiro é
simplesmente cativante e envolvente, o que favorece bastante sua narrativa e
nos faz querer saber o que aconteceu ao navio e às pessoas a bordo no ano de
1939 (quando somos apresentados a eventos e situações acerca do advento da
Segunda Guerra Mundial de forma que a história se torna mais ainda
interessante). Por que somente um bebê estava a bordo quando o navio foi
resgatado e quais os mistérios que rondam esse navio e se haverá escapatória
para quem tenta repetir os acontecimentos.
Apesar da leve sensação de que faltou algo,
recomendo bastante!!!!