RESENHA: Nas alturas - Camila Gatti

Autora: Camila Gatti
ISBN-13: 9788567191065
ISBN-10: 8567191068
Ano: 2015
Páginas: 244
Idioma: português
Editora: Empíreo
Sinopse: Nas Alturas - Marina é uma bela aeromoça acostumada a conquistar corações por onde passa. Franceses, italianos, israelenses, todas as nacionalidades são vítimas dos seus encantos tipicamente cariocas. Consciente de suas habilidades, ela prefere não se apegar a ninguém e deixa suas marcas em todos os lugares do mundo. A cada nova experiência, Marina se realiza plenamente como mulher, livre para fazer apenas aquilo que seus desejos mandam. Porém, suas escolhas também têm desvantagens, e ela começa a pensar se tanta liberdade vai conseguir preencher os espaços dentro de seu coração. Inspirado em fatos reais.
“Nas alturas” foi
escrito por Camila Gatti e
publicado em 2015
pela Editora
Empíreo. O livro tem 244
páginas divididas em 22 capítulos e é narrado em terceira pessoa. Além disso, a obra é inspirada em fatos reais. O livro foi
cedido em parceria com a Editora.
A obra conta a história da bela Marina: uma aeromoça carioca que conquista
corações por onde passa. Os encantos de Marina não reconhecem nacionalidade, isto
é, seja o homem israelense, italiano, brasileiro ou francês, todos se veem envolvidos
sob o charme da carioca. Consciente disso, Marina
não se apega a ninguém. Obviamente, suas escolhas também têm desvantagens e ela começa a se indagar se
tamanha liberdade conseguirá, um dia, preencher os vazios que existem em seu
coração.
Confesso que a leitura não foi
uma das melhores que já realizei e hoje explicito a vocês o motivo disso.
Porém, querido(a) leitor(a), fique até o final! :) A obra tem muitos pontos positivos e pode acabar te
agradando.
Recebi um exemplar de “Nas Alturas” sem saber
do que se tratava. Quando vi essa capa linda e a sinopse, empolguei-me demais!
Aliás, edições bacanas são sempre um ponto positivo, não é mesmo?!
Porém, tudo
começou quando iniciei a leitura. Confesso que fiquei um pouco irritada. A
autora usa-muitos-hífens entre as
palavras. É-um-tanto-quanto-irritante-e-cansativo.
A cada-página-que-eu-lia sentia um
desespero enorme ao-me-deparar com tantos hífens! Agora imagina passar páginas
e páginas esbarrando nisso?! É de enlouquecer qualquer leitor. Até agora não
entendi qual foi a intenção da autora com isso.
Passados alguns capítulos, os
hífens diminuíram e a leitura fluiu bem a partir disso. Ok até aí. Juliana
feliz. Eis que notei que a Marina constantemente se referia as outras
nacionalidades no diminutivo, passando a impressão de sentido pejorativo e preconceituoso.
Ao ler a sinopse, não é surpresa
e nem spoiler revelar a quantidade de homens com quem Marina se envolve.
Algumas pessoas podem sentir algum bloqueio em relação a isso, mas comigo não
funciona assim. Acredito que essa “opção de vida” é subjetivo, desse modo, não
cabe a minha pessoa julgar a vida particular de Marina e nem de ninguém. Cada
um se envolve com quem e com quantas pessoas bem entender. Aliás, isso não mede
o caráter de ninguém.
Mas o que realmente me deixou
triste e desgostosa foi a indiferença com que Marina trata as pessoas que
passam em sua vida. Tive a impressão de que ela usava todos como meros objetos.
Tipo brinquedo mesmo, sabe? Usava as pessoas até conseguir o que queria e
depois, bye bye. Além disso, Marina
se revela um tanto quanto irresponsável. Ela não mede o campo de incidência de
suas atitudes. Para mim, isso sim mede caráter. Então fiquei bem decepcionada
com ela e suas escolhas em vários momentos da leitura.
Outro ponto um tanto quanto fraco
da obra é a fraca construção da personagem principal. Em nenhum momento é
esclarecido porque a carioca é assim. O que aconteceu em seu passado? Quais
foram os acontecimentos que levaram a personagem a agir do jeito que age?
Talvez se esses pontos tivessem sido explicados, eu seria mais compreensiva com
Marina.
Um ponto que me surpreendeu MUITO
na narrativa foi o toque erótico que algumas cenas contêm. Eu não esperava
MESMO que o livro possuísse esse tipo de conteúdo. Talvez isso seja um ponto
positivo pra você. Mas olha, sendo bem sincera, eu me mantenho longe de gêneros
do tipo porque me sinto muito desconfortável lendo as intimidades dos outros. Então,
isso também influenciou a experiência não tão bacana que tive com a leitura.
Entretanto, é necessário
reconhecer os pontos positivos da obra. Vamos começar pela edição: gente, que
capa mais linda é essa?! Apesar da mulher da foto não ser a Marina descrita, olha
essa combinação de cores que compõem a capa. Perfeição define. Além disso, os
capítulos são iniciados de uma maneira que achei muito fofa. E a obra tem
páginas amareladas (amo!).
Apesar de seus inúmeros defeitos,
Marina não é hipócrita. Não esconde de ninguém quem é e o que faz. Nem mesmo do
marido. Ela é assim e ponto final. Não há conversa. Se quiser estar na vida
dela essas são as condições e você está ciente disso.
Como Marina é aeromoça, a
história se passa em diferentes países. Isso é um ponto MUITO positivo para
mim, pois amo viajar e conhecer novos lugares. Eu sou LOUCA pela França, então,
o que dizer dos lugares que ela visita lá?! Adorei! Nesse sentido, senti-me
muito envolvida.
Além disso, levando em conta
vários aspectos do livro, é uma obra divertida. Algumas situações são tão
inusitadas que você se pega rindo com as cenas do livro. E outro ponto
importantíssimo é que a escrita da Camila Gatti, apesar de repetitiva, é boa. Ela
definitivamente consegue fazer com que o leitor fique até o fim.
Afinal de contas, levantei vários pontos que me incomodaram durante a leitura e
mesmo assim não consegui deixar de ler a obra, pois queria saber quais
circunstâncias as escolhas de Marina acarretariam.
Como sempre digo, opiniões não
devem ser tidas como absolutas. O que se concretizou como uma leitura pouco
agradável a mim pode revelar-se magnífica a você. Lembre-se de que as
convicções pessoais de cada um interferem no julgamento de uma obra. Sob esse
ponto de vista eu digo a você: se joga, colega! Marina e sua história podem te
encantar assim como fez com tantos outros leitores. Infelizmente, eu apenas não fui uma deles.
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